31 de jul. de 2009

Ir às raízes

Meu pai é meu herói. E não é faz de conta, é uma pessoa gentil, bom caráter, de boa índole. É um semi-analfabeto no papel, mas com doutorado na vida. É o meu exemplo. Minha mãe nem se fala. Ela faz tudo por nós, faz carinho, dá carinho, espalha carinho, nutri com carinho. É o meu exemplo também. Esses dois é tudo de mais especial que tenho nessa vida. Aliás, família é tudebom! No dia em que eu e o Almir fomos marcar o nosso casamento, estávamos muito felizes, afinal esperamos aquele momento por tanto tempo. Quando enfim fomos chamados para dar inicio a papelada e toda parte burocrática da coisa, a atendente nos perguntou como iria ficar os nossos nomes. Não titubeei, e perguntei se por acaso não poderia permanecer o mesmo sobre nome. E nos informou que seria uma das possibilidades. E ela com cara de espanto, perguntou:
Mas você não vai colocar o sobrenome do marido? (Enxerida!)
Eu: Mas não posso ficar com os meus sobrenomes, os dois? Do jeitinho que os ganhei?!
Ele: Olhou com olhar de surpresa! Mas logo me compreendeu.
E a moça continuou a investida para eu adicionar o sobrenome do marido. E falando que normalmente tira-se um dos sobrenomes para incluir o do marido. Aquilo me deu um aperto. Só de pensar na possibilidade de precisar escolher um dos sobrenomes para ser substituído. Doeu na minha alma. Os dois sobrenomes que carrego peso uma tonelada e meia. Não que sejam sobrenomes renomados, cheios de glamour, nada disso. São simples na sua essência, mais do que comuns, mas são meus, são eles que fazem parte da minha história, das minhas raízes, do que sou hoje. Não existia possibilidade que eles fossem arrancados de min. Cada um tem o seu peso, tem a sua parte na minha vida, é a minha origem. Não havendo portando essa possibilidade fiquei então com eles, ali, intactos, nos mesmo lugar, de onde jamais poderão ser tirados e acrescentei o daquele que escolhi para me acompanhar à partir dali, o de uma pessoa especial, que amo, que é cheio de defeitos assim como eu sou, mas que me faz bem, que me encanta todos os dias. E assim continuo a minha vida com todos os nomes que foram agregados para que eu continue tecendo a minha história. Fui aclamada por alguns e criticada por muitos, já que o meu nome ficou bem extenso. Não importa!
Imagem: Penelope Dullaghan

Um comentário:

  1. oi Marcinha! claro q me lembro de vc...me lembro sim! um beijo!! venha sempre aos Olhos!

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